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Pai Tomé

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O aroma da pura infância: memórias resgatadas

A infância, pra mim, tem o cheirinho das flores da sibipiruna, que o ventinho, antes das chuvas de verão, trazia para inebriar nossa casa, bem a tardezinha.

Tem dias que a gente sente saudade daquele salgadinho da infância, aquele “danone” de chocolate, do pirulito com chiclete dentro, brigadeiros..., aqueles confeitos de bolo então, lembra? Aqueles prateado, rs... ahh eu adorava comer aquelas bolinhas... (que hoje nem tem mais o mesmo sabor). Saudade daquelas idas ao circo com nossos pais e irmãos, e até daquelas balas de mel, que eu detestava..., mas chupava mesmo assim, porque meu pai que tinha comprado e dava pra gente comer durante o espetáculo (ai..., lembro até hoje daquele sabor, ui - hoje ele sabe que eu não gosto, rs...-). Eita e aquelas vasilhas da batedeira, que sua mãe fazia os bolos, e te chamava pra poder raspar a massa... (ah, infância saudável).

Tem dias que a gente tem saudade né...!

Daquele balanço no pé de manga, feito de corda e pedaço de pneu velho, daquela árvore que conseguíamos subir, ou então daquelas férias na casa da vovó (hum..., dos biscoitos que ela fazia só porque você a acordava bem cedinho, implorando pra ela cozinhar..., e ela fazia com todo amor). E o que falar daquelas horas sem energia elétrica na casa dela, que você tinha que tomar banho de canequinha, no escuro... (e saía com os pés ainda sujinhos de terra, porque brincadeira boa tinha que ser no quintal - a melhor do mundo-) ...e se sentava ao lado dela, a luz de vela (uma só pra casa toda, rs...) e todos os primos, que também estavam de férias ali com você, e a ouviamos contar histórias de assombrações e bolas de fogo fantasma que andavam pelos pastos das antigas fazendas, e depois disso, o melhor de tudo era dormirmos todos amontoados nos colchões espalhados pela sala da casa, juntinho da família, porque depois das espantosas histórias, nenhuma criança queria dormir sozinha...

Ah, quanta saudade! Daquelas brincadeiras de roda, até das brigas com os amiguinhos (que às vezes dava alguns arranhões, e roxos na canela, mas nunca foi “bulling” e nem por isso eu deixei de seguir, sobrevivi). Saudades dos bugalhos (lembra?), ou aquele forte dos Comandos em Ação, que era do seu irmão mais velho (e mesmo você sendo menina era doida pra ficar com aquilo, rs...), e você tinha que brincar escondido, porque ele não deixava de forma alguma (de vez em quando ele descobria algumas peças quebradinhas...).

Saudade daquelas brincadeiras com as bonecas, que você sempre era a mãe (embora arrancasse a cabeça de algumas delas -tenho pra mim que elas mereciam, rs...-). Ah, e o que falar então daquele seu ursinho mimoso, que você não dormia sem, e tinha que ser dois, pro caso de você dormir de braços pra cima, colocar um de cada lado pro monstro que morava embaixo da sua cama não te fazer “cosquinhas” de madrugada (eu tinha muito medo dele... - e meu afilhado de cinco anos também, o engraçado é que eu nunca contei isso a ele, rs... - ).

Memórias inesquecíveis, dias de uma infância límpida, saudável e sem todos os medos e dependências emocionais atuais.

É preciso que os adultos de hoje, relembrem que já foram crianças, e que a criança interna ainda vive latente dentro de nós, apenas esperando uma chance para encontrar outra, sorrir e sair, de mãos dadas, pra brincar de bola.

Se você é pai, mãe, madrinha, tia, irmão, ou simplesmente o cuidador de uma criança, pense no que você está deixando de lembranças a ela, o que faz nossa vida não ser em vão, é nos tornarmos importante a alguém, é ter feito a diferença no caminho dos que nos chegam. Todos nós sabemos o quanto essa fase é rápida, e que são nossas memórias que a tornam eterna.

De vez em quando é bom reencontrar a nossa mais pura essência, aquela que ainda vivia sem os exagerados atuais, sem os limites das paredes e portões das casas, sem os princípios culposos inseridos pelos condicionamentos sociais. É bom fazer aquilo que um dia nos agradava tanto, e que hoje por meros limites do tempo, não fazemos mais, viver nossa criança é dar a vida, mais cor, mais intensidade e mais amor. Liberte a sua criança interna e ajude uma criança a construir agradáveis memórias enquanto estiver com você!


Beijos de Luz para sua criança,
Camila K. Marchiodi

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